Autismo em Mulheres: Subdiagnosticado Devido ao Viés de Gênero
O autismo tem sido considerado um transtorno mais comum em homens. No entanto, pesquisas recentes sugerem que essa disparidade pode ser devido aos médicos não perceberem os sinais de autismo em mulheres.
Viés de Gênero na Pesquisa do Autismo
Tradicionalmente, a pesquisa sobre autismo tem se concentrado desproporcionalmente em homens, levando à suposição de que as mulheres têm a mesma neurobiologia subjacente que os homens com autismo. Essa suposição negligenciou a possibilidade de que as mulheres possam experimentar e expressar o autismo de maneira diferente.
Diferenças Cerebrais em Homens e Mulheres com Autismo
Estudos que utilizam técnicas de neuroimagem descobriram que pode haver diferenças nos cérebros de homens e mulheres com autismo. Embora os tamanhos das amostras nesses estudos sejam pequenos, eles levantam questões intrigantes sobre o papel do sexo no autismo.
Subdiagnóstico de Autismo em Mulheres
Existem várias razões pelas quais o autismo em mulheres pode ser subdiagnosticado.
- Sintomas Diferentes: Mulheres com autismo podem exibir sintomas diferentes dos homens, como serem mais retraídas e menos agressivas.
- Mecanismos de Enfrentamento: A sociedade ensina diferentes mecanismos de enfrentamento para meninos e meninas. Meninas com autismo podem aprender a “lidar com os problemas silenciosamente” e imitar o comportamento de seus pares, tornando seu autismo menos perceptível.
- Invisibilidade: Como resultado desses fatores, muitas meninas e mulheres com autismo não são diagnosticadas e podem nunca receber o apoio de que precisam.
Consequências do Subdiagnóstico
O subdiagnóstico de autismo em mulheres pode ter consequências significativas.
- Diagnóstico Tardio: As mulheres podem não receber um diagnóstico até a idade adulta, o que pode atrasar o acesso a intervenções e apoio adequados.
- Oportunidades Perdidas: Mulheres não diagnosticadas podem perder oportunidades de intervenção precoce, o que pode melhorar os resultados.
- Desafios Sociais e Emocionais: Mulheres com autismo não diagnosticado podem enfrentar dificuldades nas interações sociais e na regulação emocional, o que pode afetar sua qualidade de vida.
Abordando o Viés de Gênero
Para abordar o viés de gênero no diagnóstico de autismo, é importante:
- Aumentar a Conscientização: Educar profissionais de saúde e o público em geral sobre as diferentes maneiras pelas quais o autismo pode se manifestar em mulheres.
- Desenvolver Ferramentas de Diagnóstico: Criar ferramentas de diagnóstico que sejam sensíveis às características únicas do autismo em mulheres.
- Realizar Mais Pesquisas: Financiar pesquisas para entender melhor a neurobiologia do autismo em mulheres e desenvolver intervenções mais eficazes.
Ao abordar o viés de gênero no diagnóstico de autismo, podemos garantir que todos os indivíduos com autismo, independentemente de seu sexo, tenham acesso ao apoio e aos serviços de que precisam.
Exemplos da Vida Real
- Jennifer McIlwee Myers, uma mulher com Asperger, observa que meninas com transtornos do espectro autista são mais propensas a responder a dificuldades com “extrema simpatia” e imitando o comportamento de outras meninas.
- Anna North, uma escritora do BuzzFeed, destaca o caso de “meninas invisíveis” com autismo que são negligenciadas porque seus sintomas não são tão perceptíveis quanto os dos meninos.
Esses exemplos ilustram os desafios que as mulheres com autismo enfrentam para obter um diagnóstico e acessar o apoio adequado.
